As expectativas para o comércio no Amazonas no primeiro trimestre de 2025 ainda são cautelosas, de acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Ralph Assayag. Ao Em Tempo, Assayag destacou que uma série de fatores incertos dificulta a análise do desempenho do setor, especialmente no mês de fevereiro.
“É muito difícil falar, porque existem muitas posições que podem ser boas e ruins”, afirmou Assayag. O presidente da CDL apontou que a greve da Receita Federal, que ainda está em andamento, pode impactar as transações comerciais. “Nós estamos ainda com a Receita Federal em greve, isso pode ser um negativo”, explicou.
A greve dos auditores fiscais da Receita Federal do Brasil, iniciada em 26 de novembro, continua a intensificar seus efeitos e já impacta diversos setores da economia. Sem qualquer avanço nas negociações com o Governo Federal, a categoria mantém a paralisação por tempo indeterminado, ampliando a operação-padrão nas aduanas e aumentando o risco de um colapso logístico e econômico no país.
O Distrito Industrial de Manaus, que depende diretamente da liberação de insumos importados, já sente os reflexos da greve, com impactos na produção e nos prazos de entrega. A demora na liberação das mercadorias pode levar ao desabastecimento de itens fundamentais para a indústria e o comércio, agravando os custos para empresas e consumidores.
Na segunda-feira (17), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco Nacional) afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é “corresponsável” pela greve. Para a entidade, o chefe da equipe econômica do governo Lula (PT) ignorou os pleitos de quem trabalha no Fisco e priorizou outros segmentos.
“A percepção da Unafisco é de que Haddad é corresponsável pela greve porque priorizou outras áreas sob sua gestão, ignorando demandas da Receita, alimentou a revolta dos auditores fiscais”, afirmou a Unafisco em nota.
Fortes Chuvas
Outro desafio enfrentado pelo comércio local, segundo Assayag, são as fortes chuvas que têm afetado a cidade de Manaus nos últimos dias. “A chuva pode ser muito intensa, é outro negativo, porque as pessoas diminuem as suas saídas para a compra”, completou.
Enquanto o Brasil se aquece com o verão, a região Norte vive o ‘inverno amazônico’, uma temporada de chuvas intensas que altera o clima da região e causa impactos no cotidiano e no meio ambiente das cidades locais.
Diante desses fatores, Assayag ressaltou que, por enquanto, é cedo para fazer uma previsão concreta sobre as vendas para o primeiro trimestre. “Não tenho condições de falar ainda na metade de fevereiro. Talvez consiga quando chegar lá dia 20 de março, para falar do trimestre”, avaliou o presidente.
Enquanto isso, os lojistas aguardam com expectativa os próximos meses, na esperança de que as condições econômicas e climáticas melhorem, proporcionando uma recuperação nas vendas após os desafios enfrentados nos últimos anos.
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