Encarregado de negócios dos EUA vai à Câmara explicar tarifaço e terras raras

Encarregado de negócios dos EUA vai à Câmara explicar tarifaço e terras raras

Câmara convoca representante dos EUA para esclarecer medidas comerciais

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (6), o convite ao encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre as recentes medidas comerciais adotadas pelo governo norte-americano. A audiência pública está prevista para ocorrer nos dias 13 ou 20 de agosto de 2025.

A convocação ocorre após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo de Donald Trump, medida que já entrou em vigor e afeta diretamente exportações brasileiras de aço, alumínio, etanol, calçados, têxteis e outros setores.

O presidente da comissão, deputado Rogério Correia (PT-MG), destacou que o objetivo é promover um debate institucional com base técnica:

“A Comissão de Finanças tem a responsabilidade de tratar com seriedade e equilíbrio temas que afetam diretamente a economia brasileira. As tarifas impostas pelos EUA exigem resposta à altura, mas também diálogo institucional.”

Debate sobre minerais estratégicos e soberania nacional
Além da audiência com o representante dos EUA, a comissão aprovou uma audiência pública para discutir o potencial brasileiro na exploração de minerais estratégicos, como lítio, nióbio e terras-raras — recursos essenciais para tecnologias verdes, eletrônicos e defesa.

O debate visa impulsionar a formulação de uma política nacional de minerais críticos, em meio ao crescente interesse internacional por esses ativos. A exploração e o processamento desses minérios são vistos como estratégicos para a soberania tecnológica e econômica do Brasil.

Moção de apoio às empresas afetadas pelo tarifaço
A comissão também aprovou uma Moção de Apoio às empresas brasileiras impactadas pelas tarifas norte-americanas. De autoria do deputado Alencar Santana (PT-SP), o texto ressalta que o Brasil tem déficit comercial com os EUA desde 2009, o que inviabiliza justificativas técnicas para a medida.

“Tal medida, se mantida, poderá afetar o faturamento de cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para os EUA e o emprego de milhões de brasileiros”, alertou Santana.

Próximos passos e participação de especialistas
A Comissão de Finanças pretende ouvir, nas próximas semanas, representantes do Ministério da Fazenda, do Itamaraty, da indústria nacional e de especialistas em comércio exterior, para embasar ações legislativas diante do cenário geopolítico e comercial atual.

A iniciativa busca garantir que o Legislativo acompanhe de perto os impactos das decisões internacionais sobre a economia brasileira e contribua para respostas coordenadas e estratégicas.

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