Saiba como suspeito foi preso após rejeição de jovem no AM

O crime brutal ocorreu na madrugada do dia 25 de agosto.

A operação foi realizada pela 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) do município, integrando as ações da Operação Shamar, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) durante o mês de agosto.

A iniciativa tem foco no combate à violência doméstica e aos crimes praticados contra mulheres em todo o país.

A Investida Rejeitada e a Reação Violenta

De acordo com a delegada Beatriz Andrade, que coordenou as investigações, o crime aconteceu por volta das 01h30 da madrugada do dia 25. A vítima estava em um bar na companhia da irmã e de um amigo quando foi abordada pelo agressor.

O homem começou a fazer investidas de cunho afetivo e romântico em direção à jovem, que as rejeitou. Diante da recusa, o suspeito passou a dirigir uma série de xingamentos misóginos à vítima.

Quando ela foi questioná-lo sobre os insultos gratuitos, a situação escalou para uma violência extrema.

Em fúria, o agressor quebrou uma garrafa de cerveja na cabeça da jovem e, em seguida, sacou um canivete. Ele desferiu aproximadamente seis golpes com a arma branca, atingindo a vítima em regiões vitais, com os cortes se concentrando no rosto, cabeça, antebraço e cotovelo.

A violência foi tão severa que a jovem desmaiou devido à perda excessiva de sangue. O agressor fugiu do local após o ataque.

A notícia do crime chegou à polícia por meio da mãe da vítima, que procurou a delegacia. As diligências investigativas foram iniciadas imediatamente.

A Polícia Civil do Estado do Amazonas (PC-AM0 representou pela prisão preventiva do agressor no mesmo dia, pedido que foi deferido pelo Poder Judiciário já no dia seguinte.

Enquanto as investigações corriam em sigilo, a polícia divulgou a imagem do suspeito como foragido.

No último sábado (30), ele se apresentou à delegacia acompanhado de seu advogado, onde foi autuado e, posteriormente, preso.

Histórico de Violência e a Marca da Crueldade

Durante a coletiva, a delegada revelou que o investigado possui histórico de violência, especialmente contra mulheres.

Em relação à vítima atual, verificou-se que não era a primeira vez que ele a agredia. Em uma ocasião anterior, após ser rejeitado, ele teria jogado uma motocicleta contra a jovem.

A delegada destacou a crueldade dos golpes desferidos no rosto da vítima, característica comum em crimes de gênero.

“É uma forma claramente de agredir a autoestima também dessa vítima, uma forma de humilhação. Ele concentrou os golpes no rosto dela, como uma forma de fazer com que ela ficasse com a sua autoestima, obviamente, abalada”, explicou.

Vítima se recupera após o fato

Ela enfatizou que o caso vai além de um crime individual, refletindo “o machismo estrutural, o patriarcado e a desigualdade de gênero em que a gente ainda está inserido”.

O estado da vítima é estável e passa bem. Segundo a delegada, ela estava abalada física e psicologicamente, carregando uma grande sensação de injustiça, mas agora se senti aliviada.