Mãe é cúmplice e padrasto ameaçava de morte adolescente abusada no AM

As prisões preventivas foram cumpridas pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) na comunidade São Sebastião, no Km 43 da Rodovia Estadual AM-010.

De acordo com a delegada Juliana Tuma, titular da Depca, o caso veio à tona há cerca de uma semana, por meio de uma denúncia do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que havia sido acionado por uma unidade de saúde.

A adolescente foi diagnosticada com IST no local e, durante o atendimento, revelou ser vítima de abusos constantes por parte do padrasto.

Abusos, ameaças e omissão

Em depoimento especial, a vítima detalhou um histórico de violência sexual que começou ainda na primeira infância. Ela relatou que dos 6 aos 11 anos de idade foi abusada por um primeiro padrasto, com a conivência e até mesmo auxílio da mãe, que a continha para que os abusos acontecessem.

O padrasto, agora preso, abusava sexualmente da adolescente há oito meses, sempre que ficavam sozinhos.

Segundo a polícia, o homem mantinha a vítima sob constante ameaça, afirmando ser integrante do tráfico de drogas e que “cortaria a cabeça dela” se ela contasse a alguém sobre os crimes.

A investigação apurou que a genitora tinha pleno conhecimento dos abusos, mas, em vez de proteger a filha, invalidava suas queixas.

A adolescente relatou que, ao procurar a mãe para denunciar, era acusada de mentir e de que, na verdade, “queria ter um caso” com o padrasto.

Sequela emocional e física

Tuma descreveu o relato da adolescente como “repulsivo” e “triste”, destacando as profundas sequelas emocionais.

“Ela diz, com as palavras dela, que jamais foi feliz na vida, porque a vida inteira ela foi abusada”, afirmou a delegada durante coletiva de imprensa.

Além do trauma psicológico, a vítima carrega a marca física da violência: a infecção transmitida.

Ela já iniciou tratamento médico e está sob os cuidados de familiares, com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para tentar restabelecer seu bem-estar.

Outros envolvidos e andamento do caso

A polícia também investiga a participação de outros abusadores mencionados pela vítima, incluindo um irmão. O caso envolvendo o padrasto, que ocorreu quando a vítima era mais nova, já havia sido judicializado em 2021, mas só agora novos detalhes, como a omissão da mãe, vieram à tona.

A delegada informou que a mãe teria tentado persuadir a filha a mudar seu depoimento.

O casal preso foi encaminhado para audiência de custódia e permanece à disposição da Justiça.