Técnica de enfermagem afirma ter seguido prescrição médica em caso que levou à morte de criança

Manaus (AM) – A técnica de enfermagem Raiza Bentes Praia, de 22 anos, falou com a imprensa na tarde desta sexta-feira (28), logo após prestar depoimento no 24° Distrito Integrado de Polícia (DIP), em Manaus. Ela é investigada pela morte do menino Benício Xavier Freitas, de 6 anos, ocorrida no dia 23 de novembro. O caso é apurado sob suspeita de negligência.
Raiza relatou que apenas “contou a verdade” durante o depoimento e afirmou ter seguido exatamente o que constava na prescrição médica, incluindo a via de administração da adrenalina aplicada na criança.
“Estava tudo prescrito, eu só segui o que estava na prescrição médica”, diz técnica
Em seu relato à imprensa, a técnica afirmou ter administrado a medicação sozinha, sem o apoio de outro profissional. “Eu administrei a medicação conforme prescrição médica. Não tive auxílio, estava sozinha”, disse.
Segundo Raiza, a mãe da criança questionou a via de administração da adrenalina, que seria intravenosa, e ambas discutiram o procedimento antes da aplicação. “Nunca tinha administrado aquela medicação naquela via, mas estava prescrito. Eu informei a mãe no momento que fui fazer a medicação. Ela também questionou a via, mas concordamos em seguir o que estava escrito.”
A técnica disse ainda que, ao perceber que o menino estava passando mal após a medicação, correu para chamar a médica responsável, Juliana Brasil Santos. “Ele começou a ficar pálido, a boca sem cor. O coração dele estava acelerado. Chamei a médica e a equipe de enfermagem.”
Raiza afirmou que, no momento em que pediu ajuda, a médica teria apenas respondido para ela “aguardar”. “Quando chamei, ela perguntou o que tinha acontecido. Eu disse que a criança tinha tido reação e ela falou para esperar. Ela disse que iria lá, mas não foi de imediato.”
Segundo a técnica, quando a médica chegou finalmente ao setor pediátrico, teria “ficado olhando e procurando culpados” Raiza também afirmou possuir pouca experiência: trabalha como técnica de enfermagem há sete meses.
Delegado fala em possível dolo eventual
A médica e a técnica foram ouvidas na manhã desta sexta-feira pelo delegado Marcelo Martins, responsável pela investigação. Ele afirmou que a maior parte das circunstâncias do caso já foi esclarecida, faltando ouvir as principais envolvidas.
A polícia investiga se houve falha no protocolo de administração da adrenalina e atraso no atendimento após a criança apresentar reação imediata.
Uma testemunha relatou que, ao ser chamada pela técnica, a médica “não queria nem se levantar da mesa”. Após insistência, ela teria demorado a ir até a criança.
Segundo o delegado:
“Durante o momento em que ela visualizou a criança passando mal, também não demonstrou urgência. Isso, no meu entendimento, demonstra indiferença com a vida da vítima, o que pode caracterizar dolo eventual.”
Martins informou ainda que a médica possui habeas corpus preventivo, concedido pelo Tribunal de Justiça do Amazonas, impedindo sua prisão durante a investigação. “Respeitamos a decisão do Tribunal de Justiça, mas seguimos normalmente com as diligências.”
CREMAM
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) divulgou nota afirmando que tomou conhecimento do caso pela imprensa e que instaurou procedimento ético para apuração dos fatos. O órgão ressaltou que o processo corre em caráter sigiloso, conforme prevê a Resolução CFM nº 2.306/2022, e que não emitirá qualquer juízo de valor antes da conclusão da investigação interna.
Coren-AM
O Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM) também se pronunciou. O órgão informou que solicitou esclarecimentos ao hospital e abriu procedimento para averiguar a conduta da equipe de enfermagem. O conselho reforçou seu compromisso com a “boa prática assistencial, ética profissional e segurança dos pacientes”.
Entenda o caso
Benício deu entrada no hospital e recebeu uma dose de adrenalina por via intravenosa, aplicação considerada sensível e que exige extremo cuidado. Após a administração, o menino teria apresentado reação grave, ficando pálido e com dificuldade respiratória. A investigação apura se houve erro na prescrição, na via de aplicação ou na resposta ao quadro emergencial.
A médica responsável teria registrado posteriormente em sua própria evolução que a prescrição foi feita “erroneamente”, segundo afirmou a técnica.
As investigações continuam, e novas diligências devem ser realizadas para esclarecer toda a sequência de eventos que levou à morte da criança.
O Portal Tucumã segue acompanhando o caso.

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