Agentes do Ciopaer sobrevoam escola que afastou professora por criticar Bolsonaro

Uma aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) sobrevoou a Escola Notre Dame de Lourdes, localizada no bairro Cidade Alta, em Cuiabá, com uma bandeira do Brasil. O fato acontece na mesma semana que uma professora foi afastada por três dias após fazer comentários contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Por meio de nota, a escola informou que o sobrevoo já estava programado e que faz parte da Semana da Pátria.

recebeu vídeos que mostram o helicópetero sobrevoando a unidade escolar. Nas imagens, é possível ver um agente do Ciopaer segurando a bandeira. Na parte terrestre, alguns alunos ficaram “agitados” com o “desfile” da aeronave.

Procurada, a assessoria de imprensa da escolar particular informou que o sobrevoo já estava programado e que outro desfile com a aeronave está programado para o período vespertino. Além disso, a diretoria informou que a presença da aeronave não possui relação com o afastamento da professora.

O que diz a Sesp

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), mas até a publicação da matéria, a pasta não havia se posiconado.

O que diz a PM

Procurada, a Polícia Militar disse que não está realizando nenhum evento cívico.

Professora afastada 

Em um áudio, durante uma aula sobre demarcação de terras indígenas, a professora da escola acusa o presidente de ser a favor do desmatamento e da invasão de garimpeiros em terras indígenas.

“Ele é a favor dos desmatamentos. Ele é a favor que os garimpeiros façam a destruição lá das terras indígenas. A Polícia Federal essa semana foi nas terras indígenas, teve umas máquinas que eles tacaram fogo e outras eles afundaram nos lagos. Pois é, porque, além da destruição da natureza também está prejudicando o povo indígena, as terras deles. Ai, os garimpeiros e o presidente da República ele é a favor disso. Então, nós temos que começar a pensar, o que nós queremos para o nosso Brasil”, diz parte do áudio.

A profissional foi afastada por três dias. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Estado de Mato Grosso (Sintrae-MT) afirmou a reportagem que vai acionar a Justiça para apurar quem são os culpados de gravarem e divulgarem o áudio da professora.