Amazonas e Pará amargam o fim da fila enquanto Brasília nada na riqueza

Amazonas e Pará amargam o fim da fila enquanto Brasília nada na riqueza

Brasília (DF) – Enquanto a capital do país desfruta da maior média salarial do Brasil, Amazonas e Pará estão no ranking dos estados com os menores índices salariais.

O levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que entre os estados da região norte, os maiores em território são os que pagam menos ao trabalhador.

No Distrito Federal, o valor apontado pelo PNAD foi de R$ 5.043 ao mês, enquanto no Amazonas a média salarial é de R$ 2.293 e para o Pará a diferença é de R$ 25 .

O estado apresentou uma taxa de informalidade acima de 50% em 2024,  são 957 mil pessoas. O dado pode afetar diretamente a remuneração do trabalhador.

Para o economista Altamir Cordeiro, a justificativa para os baixos salários está relacionada diretamente a baixa produtividade e a informalidade.

“Os empregos gerados no Polo Industrial de Manaus, na sua grande maioria, são de baixo valor remuneratórios e de baixa qualificação. Para mudar esse quadro, precisamos de indústria de alta tecnologia e de melhor remuneração dos profissionais,” disse o especialista.

Cordeiro ainda destaca que o trabalhador que atua informalmente é vítima dos custos da legislação trabalhista, visto que muitos escolhem a informalidade para não perder os benefícios ofertados pelo governo federal.

“Às vezes eles não têm alternativa. Infelizmente, os encargos sociais, pesam na hora de contratar com carteira assinada. Mesmo sabendo dos riscos, muitos trabalhadores aceitam os empregos informais para não perderem os benefícios concedidos pelo governo federal, como o Bolsa família, BPC entre outros benefícios,”

Escolaridade impacta no salário?

A desigualdade salarial também pode estar relacionada ao nível de escolaridade, é o explica o  professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) Fernando Barros Jr. Atualmente, o Amazonas está abaixo da média nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e a taxa de analfabetismo registrada pelo IBGE em 2023 foi de 5,1%.

“Se o estado tem uma escolaridade também tem uma escolaridade mais baixa que outros, isso deixa os trabalhadores menos produtivos e eles acabam conseguindo empregos de remuneração mais baixa,” pontuou Barros.

Os trabalhadores informais podem ser prejudicados de várias maneiras como, notificações e multas além de perder sua mercadoria,um exemplo disso aconteceu na última sexta-feira com uma imigrante que vendia frutas no Centro de Manaus (AM).  Após ser notificada, a ambulante continuou atuando na região da Avenida Eduardo Ribeiro e sofreu com a abordagem truculenta de funcionários da prefeitura, perdendo o seu “ganha pão”.

Veja o ranking da média salarial dos estados da região norte: 

  • Roraima R$ 3.011;
  • Amapá R$ 2.851;
  • Rondônia R$ 2.823;
  • Tocantins R$ 2.786;
  • Acre R$ 2.563;
  • Amazonas R$ 2.293;
  • Pará R$ 2.268.

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