Brasil evacua embaixada na Síria após queda de Bashar al-Assad

Brasil evacua embaixada na Síria após queda de Bashar al-Assad

MUNDO – O governo brasileiro iniciou a evacuação do corpo diplomático da embaixada em Damasco, na Síria, em meio à crescente instabilidade no país após a derrubada do ditador Bashar al-Assad, no último sábado (7). A medida, coordenada pelo Itamaraty com apoio da ONU, busca proteger os servidores diante da escalada de violência e do risco de confrontos armados entre grupos rebeldes.

Operação de Retirada

Os diplomatas e funcionários da embaixada foram levados em comboio até o Líbano, onde o embaixador André Luiz Azevedo dos Santos já está instalado. Apesar da evacuação, a embaixada brasileira em Damasco permanecerá tecnicamente aberta, com um funcionário sírio local permanecendo no prédio para manter atividades mínimas.

A decisão brasileira segue ações semelhantes de países europeus e americanos, que também retiraram suas representações diplomáticas da capital síria após incidentes registrados no fim de semana.

Riscos de Conflitos e Anomia

A queda de Assad, que governava a Síria desde 2000, mergulhou o país em um cenário de incertezas. Grupos rebeldes, como o HTS, assumiram o controle, mas enfrentam a oposição de outras facções armadas e organizações terroristas. O vácuo de poder pode levar a uma “anomia”, termo usado pela diplomacia brasileira para descrever a ausência de ordem centralizada, com disputas regionais intensificadas.

Outro agravante é a escalada militar israelense na região. Desde a queda do regime, Israel intensificou ataques aéreos contra bases militares na Síria. Há temores de que o governo de Benjamin Netanyahu aproveite a instabilidade para anexar de vez territórios sírios ocupados.

Brasileiros na Síria

Segundo o Portal Consular do Ministério das Relações Exteriores, cerca de 3 mil brasileiros residem na Síria. No entanto, até o momento, não há demanda expressiva para uma operação de repatriação, como as realizadas recentemente em Israel e no Líbano. O governo Lula monitora a situação e não descarta futuras ações de resgate, caso necessário.

A situação na Síria é acompanhada de perto pela comunidade internacional, que expressa preocupação com o futuro do país diante da ausência de um governo central e a possível fragmentação em meio a disputas entre facções.

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