Com secas extremas, Brasil tem média de 100 dias sem chuva

Com secas extremas, Brasil tem média de 100 dias sem chuva

O Brasil está enfrentando um período de seca cada vez mais prolongado e intenso. Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela que o número de dias consecutivos sem chuva no país aumentou em 25% nos últimos 60 anos, passando de 80 para 100 dias.

A pesquisa, que analisou dados de estações meteorológicas em todo o território nacional, aponta que as mudanças climáticas estão intensificando a ocorrência de estiagens prolongadas, especialmente no Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste. “A gente via essa estiagem afetando mais a região Nordeste, mas agora isso está se espalhando para outros estados. Afetando, inclusive, o Sudeste. Isso é um sinal da mudança de padrão”, explica Lincoln Alves, especialista em mudanças climáticas e autor do estudo ao G1.

Segundo Alves, o aumento da emissão de gases do efeito estufa é o principal responsável por esse cenário. “Havia previsões do aumento da estiagem nesse nível, mas isso deveria acontecer até 2050. O que estamos vendo é que muito antes do tempo já estamos passando por esses efeitos. É necessária uma resposta urgente”, alerta o pesquisador.

Além da intensificação das secas, o estudo também aponta outros impactos das mudanças climáticas no Brasil, como o aumento da temperatura em até 3°C, o aumento no número de ondas de calor e o aumento de chuvas intensas, como as que foram observadas recentemente no Rio Grande do Sul.

Os dados da pesquisa servirão de base para a elaboração do Plano Clima Adaptação, que visa auxiliar o poder público na gestão de ações para minimizar os impactos das mudanças climáticas no país.

“O estudo mostra que o país está sofrendo com as mudanças do clima e não são uma sentença, mas um sinal de alerta que nos mostra a direção que devemos agir. Precisamos diminuir a emissão de gases, que o Brasil tem uma contribuição significativa, e precisamos pensar em mitigação. Em como o poder público vai agir para minimizar os impactos”, conclui Alves.

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