Em meio a protestos violentos, Senado debate pacote de Milei
Aqui está uma versão reescrita do texto, com algumas palavras diferentes, mas mantendo o sentido original:
A Argentina registrou graves incidentes entre manifestantes e forças policiais em frente ao Congresso Nacional ontem. O confronto resultou em carros incendiados e vários feridos. Cinco deputados da oposição, expostos a gás lacrimogêneo, foram encaminhados a hospitais.
Os protestos foram uma reação à discussão em andamento no Senado sobre a Lei de Bases, conhecida como “lei de transporte”, um pacote de reformas econômicas fundamentais para o plano de governo do presidente Javier Milei, que ainda não conseguiu aprovar nenhum projeto no Congresso. A votação estava prevista para se estender até a madrugada desta quinta-feira, 12.
A discussão no Congresso foi rejeitada por organizações sociais, partidos de esquerda, aposentados, professores e sindicatos. Os distúrbios começaram quando os manifestantes tentaram passar pelas barreiras montadas para isolar o Congresso e foram repelidos com gás lacrimogêneo, balas de borracha e canhões d’água.
Os manifestantes reagiram arremessando pedras contra os policiais, e pelo menos dois carros foram incendiados, incluindo um da emissora de rádio Cadena 3. A polícia não divulgou um balanço de feridos ou detidos. Além dos deputados afetados pelo gás lacrimogêneo, dezenas de manifestantes igualmente atingidos pelos gases receberam assistência no local, de acordo com parlamentares e uma organização não governamental.
A Lei de Bases inclui, em seus 238 artigos, incentivos a grandes investimentos por 30 anos, uma reforma trabalhista, privatizações e uma controversa delegação de poderes legislativos ao presidente ultraliberal. Em busca de apoio legislativo, o governo aceitou retirar a Aerolíneas Argentinas da lista de empresas a serem privatizadas. Os Correios Argentinos e os veículos públicos de comunicação também ficariam de fora da lista, que chegou a ter 40 empresas.
A proposta de privatização da Aerolíneas Argentinas, a maior companhia aérea do país, foi criticada por opositores, que argumentam que se trata de uma empresa-chave para a conexão interna de voos, especialmente para a região da Patagônia. Parlamentares dessa região, no sul, fizeram grande pressão para que a privatização da companhia fosse excluída do texto.
Sem maioria
O governo também aceitou um aumento de 3% para 5% nos royalties pagos a províncias do interior pela atividade de mineração e mostrou-se disposto a aumentar o mínimo de isenção tributária sobre o salário dos trabalhadores na região da Patagônia, renunciando, assim, a receitas fiscais.
Em seis meses de governo, Milei ainda não aprovou nenhum projeto no Congresso, onde seu partido, A Liberdade Avança, não tem maioria. Durante as discussões, Milei descreveu o Congresso como um “ninho de ratos”, entre outros palavrões dirigidos aos legisladores e governadores. No Senado, o presidente tem apenas 7 das 72 cadeiras e precisava do voto de 37 parlamentares para aprovar a Lei de Bases.
O debate ocorre em um contexto de recessão econômica, queda da atividade industrial e do consumo, bem como de milhares de demissões e da desaceleração da inflação que, apesar disso, ainda está em torno de 300% ao ano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.