Estudo: Correr pode Reverter Danos Causados pela Má Alimentação ao Cérebro

Estudos em neurociência têm demonstrado que dietas de baixa qualidade estão associadas a alterações em áreas do cérebro responsáveis pela memória, aprendizagem e regulação emocional. Esse tipo de alimentação tende a aumentar processos inflamatórios sistêmicos e a reduzir a plasticidade neuronal, afetando o equilíbrio químico e a comunicação entre os neurônios. Entre as estruturas mais sensíveis, destaca-se o hipocampo, região diretamente relacionada ao armazenamento de memórias e ao controle do estresse.

De acordo com pesquisas realizadas em universidades internacionais, a corrida promove uma série de adaptações fisiológicas capazes de atenuar esses efeitos negativos. O exercício aeróbico estimula a produção de fatores neurotróficos — como o BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro) — responsáveis por favorecer o crescimento, a regeneração e a proteção de neurônios. Esse mecanismo melhora a plasticidade cerebral e fortalece as conexões sinápticas comprometidas por longos períodos de alimentação inadequada.

Além disso, correr auxilia na redução da inflamação crônica de baixo grau, um dos principais processos desencadeados por dietas ricas em ultraprocessados. A atividade física regular contribui para a modulação do sistema imunológico e para a diminuição de marcadores inflamatórios, criando um ambiente biológico mais favorável ao funcionamento cerebral. Benefícios relacionados ao humor, como a liberação de endorfinas e a redução dos níveis de cortisol, também desempenham papel importante na proteção neural.

Outro ponto relevante é a melhora da sensibilidade à insulina. Estudos mostram que a resistência à insulina — comum em pessoas que mantêm hábitos alimentares inadequados — pode prejudicar o metabolismo cerebral, comprometendo a energia disponível para os neurônios. A corrida melhora esse mecanismo metabolicamente e, consequentemente, auxilia no restabelecimento das funções cognitivas.

Embora os benefícios sejam evidentes, especialistas reforçam que a atividade física não substitui uma alimentação equilibrada. A combinação entre movimento regular e padrões alimentares saudáveis potencializa os efeitos positivos sobre o cérebro, contribuindo para a prevenção de doenças neurodegenerativas e para a manutenção da saúde mental ao longo da vida.

Os achados reforçam a importância de políticas públicas e estratégias de promoção da saúde que incentivem a prática de exercícios e o acesso a alimentos de qualidade. Para jovens e adultos expostos a rotinas alimentares desequilibradas, a corrida surge como uma estratégia acessível e eficaz para mitigar danos cerebrais e promover uma recuperação gradual das funções cognitivas.