Fifa quer limitar ganhos de agentes, que em 2019 faturaram oito vezes mais do que clubes formadores
A Fifa quer, a partir de 2022, endurecer o jogo contra o que considera ganhos exagerados dos agentes de jogadores de futebol. A entidade avançou num plano para conter os ganhos de intermediários com o pagamento de comissões, em que em 2019 somaram US$ 643,9 milhões (R$ 3,56 bilhões no câmbio de hoje). O valor é quatro vezes maior do que os empresários faturaram em 2015.
Em comparação, os pagamentos referentes a mecanismo de solidariedade e reembolso a clubes formadores de atletas somaram apenas US$ 75,5 (R$ 418 milhões) milhões – oito vezes menos do que os agentes faturaram.
– Este não é um plano contra os agentes. Ao contrário, é para eles e para o futebol – declarou o diretor de assuntos jurídicos da Fifa, Emílio Garcia, numa conversa virtual com repórteres nesta quinta-feira.
Entre as mudanças que o plano da Fifa pretende introduzir estão a volta de um licenciamento obrigatório, algo que não é mais necessário desde 2015, quando a administração de Joseph Blatter desregulamentou a atividade dos agentes.
A Fifa quer proibir situações em que um agente esteja em mais de um lado da negociação, como aconteceu quando Paul Pogba trocou a Juventus pelo Manchester United, por exemplo. O empresário Mino Raiola recebeu comissões do clube vendedor e também do jogador.
A ideia da Fifa é limitar o ganho dos agentes a 10% quando eles atuarem em nome do clube vendedor, a 6% quando forem indicados pelo clube comprador e a 3% sobre os salários do jogador envolvido na negociação.
O projeto da Fifa foi apresentado a seus principais comitês, associações nacionais, confederações continentais e para a associação dos agentes. A ideia é que o regulamento seja aperfeiçoado ao longo de 2021 para passar a valer em 2022.
– Não temos como medir o impacto no mercado de transferência. Mas sabemos que os padrões éticos vão mudar. Talvez a parte dos agentes seja afetada, mas o mercado de transferência não será – declarou Garcia.
Fonte: GE