Mundo – Em uma sexta-feira marcada por tensões diplomáticas, líderes de diversos países europeus se uniram para demonstrar apoio ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após um confronto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-presidente JD Vance, na Casa Branca. O confronto gerou uma onda de solidariedade de nações europeias, refletindo uma crescente divisão entre os aliados tradicionais dos Estados Unidos e da Europa em relação à guerra na Ucrânia.
Logo após o incidente, que envolveu duras acusações de Trump a Zelensky, os líderes da Europa começaram a publicar mensagens de apoio a Kiev, destacando o compromisso com a Ucrânia na luta contra a invasão russa. Embora os governantes europeus não tenham criticado diretamente o presidente dos EUA, ficou claro que estavam ao lado da Ucrânia, enfatizando a necessidade de manter a unidade no apoio ao país em guerra.
O presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos primeiros a se pronunciar, utilizando a rede social X para reafirmar sua posição: “Há um agressor: A Rússia. Há um povo que está sendo atacado: Ucrânia”, afirmou, destacando o respeito por aqueles que estão “lutando por sua dignidade, sua independência, por seus filhos e pela segurança da Europa”. Macron, que havia visitado Trump recentemente, também reiterou a importância de continuar apoiando os ucranianos em sua resistência.
Já o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, imediatamente demonstrou seu apoio, escrevendo: “Vocês não estão sozinhos”. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, também se uniram a essa mensagem, publicando em conjunto: “Sua dignidade honra a bravura do povo ucraniano. Seja forte, seja corajoso, seja destemido. Você nunca está sozinho”, completaram, reiterando a promessa de trabalhar em prol de uma paz justa e duradoura.
Outros líderes também expressaram suas solidariedades, como o chanceler alemão Olaf Scholz, que afirmou: “Ninguém quer mais a paz do que os ucranianos”. O líder conservador alemão Friedrich Merz, que deve suceder Scholz após a vitória de seu partido nas eleições gerais, também postou uma mensagem de apoio, ressaltando que “nunca devemos confundir agressor e vítima nesta terrível guerra”, destacando o compromisso da Alemanha com a Ucrânia, seja em tempos bons ou difíceis.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, conhecida por seu apoio à Ucrânia, também procurou equilibrar sua posição, especialmente considerando seus fortes laços com Trump. Ela sugeriu a realização de uma cúpula envolvendo os Estados Unidos, países europeus e outros aliados para discutir soluções para a situação da Ucrânia, ressaltando que “cada divisão do Ocidente nos torna mais fracos e favorece aqueles que gostariam de ver o declínio de nossa civilização”.
Além disso, líderes de nações como Bélgica, Croácia, República Tcheca, Estônia, Finlândia, Irlanda, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Eslovênia, Espanha e Suécia se juntaram ao coro de apoio à Ucrânia, reafirmando sua solidariedade e comprometimento com a causa ucraniana.
O bate-boca envolvendo Zelensky na Casa Branca refletiu a crescente fratura nas relações transatlânticas, especialmente com o retorno de Trump ao cenário político. Embora a administração dos EUA e uma parte da opinião pública americana tenham adotado uma postura mais crítica em relação ao governo ucraniano, a União Europeia continua a se mostrar firmemente comprometida com a defesa da soberania ucraniana e da paz na região.
À medida que a guerra na Ucrânia continua, a linha divisória entre as abordagens dos Estados Unidos e da Europa sobre como lidar com a invasão russa se torna cada vez mais evidente, mas a solidariedade europeia com Kiev permanece inabalável.
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