Lula condena golpismos em discurso na Bolívia e defende democracia
Em um discurso ao lado do presidente boliviano Luis Arce nesta terça-feira (9), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenou as tentativas de golpe de Estado e defendeu a democracia. Lula citou os ataques aos Três Poderes do Brasil ocorridos em 8 de janeiro de 2023, descrevendo-os como um dos “momentos mais sombrios” da história brasileira recente.
Lula ressaltou a importância de resistir a devaneios autoritários e golpismos, mencionando a tentativa fracassada de golpe na Bolívia em 26 de junho deste ano. “Às vésperas de comemorar o seu bicentenário em 2025, a Bolívia não pode voltar a cair nessa armadilha. Não podemos tolerar devaneios autoritários e golpismos”, afirmou Lula, destacando a responsabilidade de defender a democracia contra retrocessos.
Desunião democrática e extrema direita
O presidente brasileiro também alertou sobre as consequências da desunião das forças democráticas, observando que isso tem beneficiado a extrema direita em diferentes partes do mundo. Lula mencionou os casos das eleições na França e no Reino Unido, onde a extrema direita ganhou força, mas também reconheceu a resistência democrática, como na França, onde a esquerda conseguiu conquistar o maior número de assentos no Parlamento.
Mercosul e a Venezuela
Durante o discurso, Lula confirmou a inclusão plena da Bolívia no Mercosul e falou sobre a situação da Venezuela no bloco. Ele destacou a importância do bom funcionamento do Mercosul para a prosperidade comum e expressou a expectativa de um rápido retorno da Venezuela como membro pleno.
Sobre as eleições presidenciais venezuelanas, marcadas para 28 de julho, Lula enfatizou a necessidade de um processo eleitoral tranquilo e com resultados reconhecidos por todos. “A normalização da vida política venezuelana significa estabilidade para toda a América do Sul”, destacou.