MP-PR investiga filho de Popó por tentativa de manipulação em jogo da Série C

Igor Gutierrez Freitas e Rodrigo Rossi teriam oferecido R$ 15 mil a jogadores do Londrina para forçar cartão amarelo
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga os empresários Igor Gutierrez Freitas e Rodrigo Rossi Calamo por suspeita de tentativa de manipulação de resultados em um jogo da Série C do Campeonato Brasileiro. Igor é filho do tetracampeão mundial de boxe Acelino Popó Freitas.
Segundo o MP-PR, os empresários ofereceram R$ 15 mil a jogadores do Londrina, que recusaram a proposta.
Operação Derby
A Operação Derby, deflagrada pelo Núcleo de Londrina do Gaeco, cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a Gutierrez e Rossi, além de dois contra os próprios empresários, em Salvador (BA) e Itapema (SC).
O crime teria ocorrido cerca de uma hora antes da partida entre Londrina e Maringá, pela terceira rodada da Série C, em 26 de abril. A proposta era que pelo menos um jogador recebesse um cartão amarelo até os 27 minutos do primeiro tempo.
“Lembrando que os jogadores recusaram a proposta. As investigações caminham no sentido de confirmar essa abordagem e a possíveis outras”, informou o promotor de Justiça Jorge Fernando Barreto da Costa.
Contatos e comunicação
Segundo o MP-PR, Igor Gutierrez fez o primeiro contato pelo Instagram, apresentando-se como empresário com acesso a grandes empresas. Em seguida, Rossi chamou o atleta via WhatsApp e ofereceu o valor em áudio de visualização única, que foi recuperado pela investigação.
O Londrina denunciou o caso à CBF, que acionou a Polícia Federal, dando início às investigações do Gaeco, com base nos artigos 198, 199 e 200 da Lei Geral do Esporte, que preveem reclusão de dois a seis anos e multa.
Londrina x Maringá: o “Clássico do Café”
A partida teve 10 cartões amarelos, sendo quatro para jogadores do Londrina, mas nenhum aplicado aos atletas aliciados.
O executivo de futebol do Londrina, Lucas Magalhães, explicou:
“Obviamente, isso assusta na hora. Chamei Paulo (Assis), acionamos a Federação Paranaense e formalizamos a denúncia junto à CBF. Nenhum dos três atletas aliciados tomou cartão na partida.”
O Londrina também se manifestou em nota:
“Expressamos nosso profundo respeito e admiração pelos atletas que, além de recusarem a proposta ilícita, tiveram a coragem de procurar a diretoria para denunciar a atitude maliciosa. O clube é veementemente contra qualquer forma de manipulação de resultados.”




