No ano de 2023, cerca de 19% das famílias brasileiras foram beneficiadas pelo programa Bolsa Família, o que equivale a aproximadamente um em cada cinco lares. Essa proporção representa o maior registro já registrado, totalizando 14,7 milhões de domicílios. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), nesta sexta-feira (19).
A análise histórica do IBGE tem início em 2012, quando a proporção de domicílios com beneficiários do programa Bolsa Família era de 16,6%. Em 2019, antes do surgimento da pandemia de covid-19, esse indicador era de 14,3%.
A pesquisa também revela que, em 2023, aproximadamente 4,2% dos lares tinham pelo menos uma pessoa recebendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que consiste em um salário mínimo mensal destinado a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência de qualquer idade. Além disso, 1,4% dos domicílios recebiam algum outro programa social.
Auxílio emergencial na pandemia fez reduzir número de beneficiários do Bolsa Família no período
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constata que, devido ao agravamento da pandemia, que causou a interrupção das atividades econômicas e o aumento do desemprego, parte dos beneficiários passou a receber o Auxílio Emergencial, que foi criado especificamente para mitigar os efeitos econômicos e sociais da crise sanitária.
Como resultado, a proporção de lares que recebiam o Bolsa Família foi reduzida pela metade, chegando a 7,2% em 2020. No entanto, houve um aumento na proporção de famílias que recebiam recursos de outros programas, como o Auxílio Emergencial. A proporção desses outros programas, que era de 0,7% em 2019, saltou para 23,7% em 2020.
Em 2021, com a flexibilização das medidas sanitárias, ocorreram mudanças no Auxílio Emergencial, como a redução do número de parcelas e do valor médio. Isso resultou em um aumento na porcentagem de domicílios que recebiam o Bolsa Família (8,6%) e uma redução na proporção de outros programas sociais (15,4%).
No final de 2021, o pagamento do Auxílio Emergencial foi interrompido e o governo, liderado pelo então presidente Jair Bolsonaro, substituiu o Bolsa Família pelo Auxílio Brasil. Como esses dois programas não existiram simultaneamente, ou seja, um substituiu o outro, a pesquisa do IBGE considera os dois com a mesma base de dados.
Em 2022, o Auxílio Brasil foi recebido por 16,9% das famílias brasileiras. O valor inicial de R$ 400 foi ajustado durante o ano para R$ 600.
Em 2023, já durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o programa de transferência de renda voltou a ser chamado de Bolsa Família. Além de manter o valor de R$ 600, foram incluídos R$ 150 adicionais por criança de até 6 anos e um adicional de R$ 50 por criança ou adolescente (de 7 a 18 anos) e por gestante.
As regiões Norte e Nordeste apresentam a maior proporção de domicílios com pelo menos um beneficiário do Bolsa Família. O Nordeste lidera com 35,5%, enquanto o Norte representa pouco menos de um terço, com 31,7%. Por outro lado, o Sul e o Sudeste têm a menor proporção de lares, com 7,9% e 11,5%, respectivamente.
Os estados com a maior proporção de domicílios beneficiados são Maranhão (40,2%), Piauí (39,8%), Paraíba (38,8%) e Pará (36,8%). Os últimos da lista são Santa Catarina (4,5%), Rio Grande do Sul (8,6%), Paraná (9,2%) e São Paulo (9,4%).
A pesquisa do IBGE coleta informações sobre todos os rendimentos recebidos pela população, incluindo trabalho, programas sociais, rendimentos financeiros, pensões e aposentadorias.
O estudo mostra que, em 2023, a renda média domiciliar por pessoa nos domicílios que recebiam o Bolsa Família correspondia a 28,5% da renda média dos domicílios não beneficiados.
“Isso significa que o benefício está realmente focado nas famílias de menor renda”, afirma o analista da pesquisa do IBGE, Gustavo Geaquinto.
O estudo também revela que, entre 2019 e 2023, a renda per capita do grupo de domicílios que recebia o Bolsa Família aumentou 42,4% (de R$ 446 para R$ 635), enquanto entre aqueles que não recebiam, a variação foi de 8,6% (de R$ 2.051 para R$ 2.227).
Essa evolução das rendas em diferentes velocidades contribuiu para a redução da desigualdade de renda nas regiões Norte e Nordeste. O Índice Gini, que mede a desigualdade (quanto mais próximo de 0, menor a desigualdade) teve as maiores quedas nessas duas regiões.
Entre 2019 e 2023, o Índice Gini no Norte diminuiu de 0,537 para 0,500. No Nordeste, a redução foi de 0,560 para 0,509, o menor índice já registrado na região.
“Essas são duas regiões que têm uma proporção maior de domicílios beneficiários de programas sociais, especialmente o Bolsa Família. O aumento no valor do benefício pode ter sido um fator que contribuiu”, aponta o analista do IBGE.
Ele também menciona o comportamento positivo do mercado de trabalho como um dos motivos. “A expansão do mercado de trabalho também pode ter contribuído. A Região Norte, por exemplo, teve uma expansão significativa no mercado de trabalho”.
Proteção Anti DDOS. Para seu website
Servidor dedicado no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Servidor VPS no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Hospedagem compartilhada para seus projetos online
Hospedagem Claud para seus projetos online
Hospedagem VPS. Para seus projetos online
Visualizações reais em seus vídeos do youtube
Tenha mas engajamentos reais em seu instagram