divulagacao “Eu te amo. Me perdoe. Sinto muito. Sou grato”, essas são as frases que cercam o mantra conhecido como Ho'oponopono. De origem havaiana, o Ho'oponopono promete cicatrizar mágoas e abrir caminho para o perdão, assim como fez Dado Dolabella, neste terça-feira (13). O ator usou as redes sociais para lamentar o episódio de 2008, em que agrediu sua então namorada, Luana Piovani, em uma boate. Para se desculpar com a ex e reconhecer seus erros buscando estar sempre em evolução, o ator utilizou o mantra Ho'oponopono.
“Me envergonho muito, perdi a cabeça, um dos motivos também que me fizeram decidir ser vegano, ser menos impulsivo, reativo... Violência é energia, a mesma inferida é a mesma exalada. Assim como me envergonho também de um dia já ter transformado inocentes (carne animal) em fezes, pagado para matarem por mim... cada inocente, cada vida. Precisamos nos transmutar e sem o perdão não transmutamos. Nos perdoar pelos nossos erros, perdoar o próximo e nos permitir encontrar um caminho melhor. Luana Piovani, sinto muito! Me perdoa, eu te amo. Sou grato! Muita paz na sua caminhada", diz um trecho do desabafo do artista.
A psicóloga Maria Rafart explica um pouco do mantra e revela o poder de mentalizá-lo. “A neurociência admite que os mantras têm o poder de alterar nosso estado físico e emocional. A sua sonoridade, que ao ser repetida cancela pensamentos negativos ou obsessivos, associada ao valor que as palavras possuem, pode, efetivamente, nos tirar de um estado de ansiedade e nos transportar para uma dimensão mais calma e tranquila. As frases da prática havaiana antiga do Ho'oponopono: “sinto muito”, “me perdoe”, eu te amo”, e “sou grato”, quando repetidas à exaustão, fornecem o mesmo caráter hipnótico e calmante que os mantras tradicionais de outras origens filosóficas ou espirituais”, diz.
“Ao repetir estas palavras, ao dizer este mantra, pode-se dar origem a uma catarse, que é uma espécie de depuração mental. A pessoa controla e cancela os próprios pensamentos negativos. O planejamento de atos de vingança, ou até mesmo o rancor, podem dar lugar a um estado mental com menos julgamento sobre o passado, e com menos ansiedade para o futuro. Contudo, para que qualquer cura mental aconteça, a pessoa precisa acreditar. Nenhuma terapia é bem direcionada se o paciente não estiver envolvido. E da mesma forma, a cura através da filosofia do Ho'oponopono exige que a pessoa creia, que se envolva, e que pratique. A intensidade das modificações de crenças cristalizadas e de estados de ânimo negativo varia de indivíduo para indivíduo, mas as respostas costumam ser muito positivas”, afirma a especialista.
Maria Rafart também deixa um alerta. “O Ho'oponopono é um dos caminhos que pode ser trilhado para o autoconhecimento, mas atenção: algumas patologias, como estados depressivos mais graves, exigem o tratamento e o cuidado de um profissional de saúde habilitado para tratar do caso”.
De onde veio o Ho'oponopono:
O mantra Ho'oponopono ganhou visibilidade inicialmente na década de 1980, após a famosa história do psicólogo e escritor havaiano, Ihaleakala Hew Len, que teria reabilitado todo um pavilhão hospitalar de detentos utilizando o mantra e lendo os prontuários médicos sem fazer contato direto com nenhum dos pacientes. Os relatos do terapeuta apontavam que a agressividade e os sintomas psiquiátricos reduziram significativamente nos pacientes após a técnica de mentalizar o Ho'oponopono.