Oficina de Cinema, Educação e Direitos Humanos capacita agentes de transformação social em Manaus

A atividade, parte da programação 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, buscava utilizar o cinema como ferramenta para reflexões e práticas educacionais sobre direitos humanos. Nos dias 24, 25 e 26 de novembro aconteceu a Oficina de Cinema, Educação e Direitos Humanos, no Instituto Federal do Amazonas (Ifam) – Campus Centro, em Manaus. A oficina foi voltada a educadores, profissionais da saúde mental, artistas e interessados na relação entre cinema e direitos humanos. A atividade integra a programação da 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, que será realizada em novembro.

Conduzida pelo oficineiro Wallace Lira, a oficina uniu cinema e educação para discutir práticas relacionadas aos direitos humanos, por meio da linguagem audiovisual. No primeiro dia, os participantes foram introduzidos a uma metodologia que estimula um olhar mais sensível e crítico sobre o mundo, além de promover a escuta ativa nas práticas educacionais. A oficina proporcionou, ainda, um espaço experimental, no qual os participantes tiveram a oportunidade de produzir obras audiovisuais simples, tendo como base o exercício “Minuto Lumière”, conectando criatividade à educação em direitos humanos.

Durante os três dias de oficina os participantes realizaram exercícios criativos e debateram sobre a importância da educação em relação aos direitos humanos. No decorrer das atividades foram apresentadas referências do cinema e questões técnicas. Além disso, os participantes debateram seus temas de interesse dentro dos direitos humanos, com o objetivo de serem trabalhados em suas produções. No final da oficina os participantes apresentaram suas obras, que chamam a atenção as questões sociais discutidas, como a invisibilidade social de diversos grupos, a demarcação de territórios indígenas e o Marco Temporal, além de questões climáticas e queimadas na Amazônia.

O oficineiro Wallace Lira, professor do curso de Tecnologia em Produção Publicitária do Ifam, expressou que a oficina foi “fantástica”, uma surpresa positiva, considerando que direitos humanos é um tema complexo e, muitas vezes, desafiador para ser discutido.

“Foi uma surpresa boa, que apesar de direitos humanos não ser um assunto simples de se de abordar, as pessoas vieram com intenção de se posicionar, de trocar ideias. Isso foi tão enriquecedor, estou muito feliz. Eu espero que isso possa gerar mudanças, que essas pessoas venham, de fato, a pensar nisso como um elemento de transformação nas suas comunidades. Que tudo que foi falado aqui, tenha servido como referência para uma nova forma de ver o mundo, de fazer o mundo”, declarou. O estudante de pedagogia Marcos de Oliveira, indígena da etnia Baniwa, elogiou a abordagem interativa da oficina, destacando a combinação de aspectos técnicos e lúdicos. Marcos também contou que pretende levar para seu trabalho com educação, as diferentes abordagens aprendidas durante a oficina.

“Logo de cara gostei que o professor é bastante interativo, e eu gosto desse tipo de abordagem. Tiveram momentos bem técnicos, mas também lúdicos. Os insights que eu vou levar para a educação são as diferentes abordagens que correlacionam o cinema, a educação e os direitos humanos. Pretendo aplicar isso tanto em espaços formais quanto informais. Me abriu um leque de possibilidades, é uma coisa muito maravilhosa. Vou levar essas percepções para o projeto de extensão do qual participo, que atende pessoas em situação de vulnerabilidade social. Vou poder abordar esses temas com eles, com jovens, adultos, até mesmo com as crianças”, explicou.

A participante Lidinalva Santarém, enfatizou que a interação com o professor e os outros participantes foi fundamental para sua aprendizagem, destacando que os debates ampliaram sua perspectiva sobre as questões sociais.

“A oficina fez uma diferença muito grande em relação à aprendizagem para mim, por conta da troca mesmo com o professor e os demais participantes. Pelos olhares, conseguimos ver o mundo por vários olhares. Essa troca foi muito enriquecedora porque refina nossa percepção de mundo, refina nossa percepção em relação às questões sociais, que estão às vezes muito próximas de nós e a gente não tem essa sensibilidade em observar, em analisar, no nosso cotidiano“, destacou.

A Oficina de Educação, Direitos Humanos e Cinema é parte da programação da 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos, uma produção da Universidade Federal Fluminense (UFF-Niterói) e realização do Ministério da Cultura e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), com produção local da Manaus Amazônia Galeria de Arte e do Instituto Federal do Amazonas (Ifam).

Assessoria de imprensa CBS Comunicação
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