Os compromissos de Fávaro como ministro da Agricultura de Lula
O anúncio do nome do senador Carlos Fávaro (PSD) como ministro da Agricultura do novo governo do presidente Lula (PT) coloca Mato Grosso no cenário nacional, aponta para o fortalecimento da agricultura e dá uma nova dinâmica no jogo das forças políticas no estado.
Lula mostrou grandeza no gesto de reconhecimento ao aliado ligado ao agronegócio que colocou a cara a tapa no enfrentamento contra os radicais bolsonaristas do setor durante a campanha eleitoral. E ganha de retorno um nome na Agricultura com grande trânsito político no Congresso, em especial no Senado, e de respeito junto às principais entidades do agro brasileiro, incluindo as entidades ligadas à Agricultura Familiar.
O governador reeleito Mauro Mendes (União) reconhece que Fávaro é uma ponte de Mato Grosso com o governo federal. Ele saberá dialogar com o agora senador-ministro, sem arrogância e com inteligência política. Caberá ao governador também virar a página da disputa eleitoral de 2022. Mauro ganha um interlocutor que é do estado e que conhece as prioridades do desenvolvimento econômico e social. Mas é claro que a relação política e administrativa entre os dois será certamente foco das atenções da cobertura da mídia local.
Carlos Fávaro no Ministério da Agricultura vai incorporar os compromissos assumidos pelo seu amigo e parceiro, candidato derrotado ao Senado, o deputado federal Neri Geller (PP), durante a campanha eleitoral. Na verdade, pelo apoio dado, esses dois compromissos com Mato Grosso são de Carlos Fávaro também:
– Criação da Universidade Federal Rural com sede em Várzea Grande. Uma universidade vocacionada para os cursos ligados ao desenvolvimento da agropecuária;
– Instalação da Embrapa Fruticultura, também com sede em Várzea Grande, para impulsionar o desenvolvimento das regiões com potencial de produção de frutas como a Baixada Cuiabana, cujos municípios estão à margem da riqueza do agronegócio. A empresa de pesquisa pública será fortalecida novamente no governo Lula.
No ministério da Agricultura, Carlos Fávaro terá a oportunidade de tornar realidade as principais propostas de Lula. Propostas aliás que ele ajudou a construir na campanha:
– Recuperar a imagem internacional do país para garantir os mercados para a nossa produção. Iniciativa muito bem-vinda pelos produtores rurais responsáveis que sabem o estrago que o desgoverno Bolsonaro fez para o setor. Vale lembrar o que disse Lula: “vamos mostrar ao mundo que a ilegalidade nunca fez e não faz parte do nosso verdadeiro agro”;
– Buscar a meta ambiciosa de crescimento da produção a partir da recuperação de 30 milhões de hectares de áreas de pastagens degradadas;
– Reduzir as taxas de juros do PRONAF, para os pequenos produtores, e do PRONAMP, para os médios produtores;
– E, entre outros compromissos, um que faz brilhar os olhos de Fávaro: “Lula fez o programa Luz Para Todos, agora vamos fazer um grande programa de Internet para as Regiões Rurais”, afirmou o senador ainda durante a campanha eleitoral. Poderá se chamar Campo ON, quem sabe.
Em óbvio, nem tudo serão flores digitais. Como ministro da Agricultura, o senador Carlos Fávaro terá pela frente também grandes desafios ligados à relação da preservação do meio ambiente x a lógica de produção do agronegócio.
Fonte: pub. online