PF investiga saques de R$ 101 milhões em esquema de propina no Pará

Brasil – A Polícia Federal (PF) investiga um esquema milionário de desvio de recursos públicos da Saúde e da Educação no Pará que movimentou R$ 198 milhões entre 2018 e 2025. Somente em saques em espécie, foram retirados R$ 101,7 milhões por pessoas ligadas a empresas suspeitas de pagar propina a servidores públicos. A operação, batizada de Expertise, foi deflagrada nesta semana e já levou à prisão preventiva de cinco envolvidos.
Segundo relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), a maior parte dos saques foi realizada por Jacélio Faria da Igreja, sócio da Líder Engenharia, e Alberto Furtado Pinheiro, sócio da Brasil Brasil e da Fortes Comércio. Para a PF, não há justificativa legítima para as transações, que indicam indícios de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.

O esquema
De acordo com a investigação, o grupo agia em três etapas:
Direcionamento de contratos: licitações eram manipuladas por servidores estratégicos de órgãos como a Alepa (Assembleia Legislativa do Pará), o Detran e a Polícia Científica do Pará, garantindo a contratação das empresas investigadas.
Pagamentos irregulares: os órgãos transferiam valores milionários às empresas, muitas vezes sem a execução real dos serviços contratados.
Saques e repasses: parte do dinheiro era sacada em espécie ou transferida a pessoas físicas ligadas a órgãos públicos, sendo posteriormente entregue em mãos a autoridades.
A Justiça Federal destacou que os saques correspondem a cerca de 50% do valor total dos contratos fraudulentos, o que evidencia a inviabilidade da execução dos serviços. Apenas entre junho e julho de 2025, as empresas investigadas movimentaram quase R$ 10 milhões em retiradas em espécie, incluindo um saque de R$ 477 mil em 22 de julho, apontado como prova da contemporaneidade do esquema.
Alvos da PF
Entre os investigados está o chefe de gabinete do deputado estadual Chicão (MDB), atual presidente da Alepa. Para o juiz federal Carlos Gustavo Chaves, que autorizou as ações, há indícios claros de que autoridades públicas participaram ativamente do esquema criminoso.
A operação cumpriu 18 mandados de busca e apreensão, bloqueio de ativos, afastamento de sigilos bancário e fiscal de 17 investigados, além da suspensão das atividades de quatro empresas. Seis servidores foram afastados dos cargos e uma pessoa será monitorada por tornozeleira eletrônica.
Recursos federais desviados
Segundo a PF, os valores investigados são oriundos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). A corporação afirma que os desvios comprometem diretamente serviços essenciais para a população.
Durante as buscas, a polícia apreendeu joias e grandes quantias em dinheiro vivo, reforçando as suspeitas de enriquecimento ilícito dos envolvidos.
Defesa
A defesa de Jacélio Faria da Igreja nega as acusações e sustenta que não houve qualquer ato de corrupção. O advogado afirma que os relatórios do Coaf apenas registram movimentações atípicas, que “não representam automaticamente uma ilegalidade”.
Até o momento, Alepa, Detran, Polícia Científica do Pará e os representantes de Alberto Furtado não se manifestaram.

-

Clique abaixo e veja também
Proteção Anti DDOS. Para seu website
Servidor dedicado no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Servidor VPS no Brasil. Personalizado conforme você precise.
Hospedagem compartilhada para seus projetos online
Hospedagem Claud para seus projetos online
Hospedagem VPS. Para seus projetos online
Visualizações reais em seus vídeos do youtube
Pessoas reais na minha live do youtube
Assessoria para canais no youtube
-
-



