Pix vira alvo de investigação dos EUA e entra na lista de práticas comerciais desleais do Brasil

Pix vira alvo de investigação dos EUA e entra na lista de práticas comerciais desleais do Brasil

Manaus (AM) – O sistema brasileiro de pagamentos instantâneos, o Pix, passou a integrar a lista de reclamações do processo de investigação comercial aberto pelos Estados Unidos contra o Brasil. O documento do Escritório da Representação Comercial dos EUA (USTR) cita o Pix como exemplo de suposto favorecimento governamental que prejudicaria empresas norte-americanas no setor de pagamentos eletrônicos.

“O Brasil também parece se engajar em uma série de práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, afirma o texto do USTR.

Um dos episódios que ilustram a tensão entre sistemas de pagamento aconteceu com o WhatsApp Pay, serviço controlado pela Meta. Enquanto o Banco Central já trabalhava na criação do Pix desde antes da pandemia, em 28 de maio de 2020 foram publicadas as primeiras regras oficiais do sistema. Menos de um mês depois, em 15 de junho de 2020, o Facebook anunciou o lançamento do WhatsApp Pay no Brasil, mas o BC suspendeu a operação pouco depois, alegando necessidade de avaliação regulatória.

Sanções

O Banco Central do Brasil foi procurado pelo Portal Tucumã para esclarecer quais sanções ou medidas comerciais os Estados Unidos poderiam adotar contra o país diante das críticas ao Pix, e se existe um risco real de retaliações econômicas nesse caso. A reportagem também questionou como o Pix, criado para transações internas no Brasil, poderia impactar diretamente os interesses das empresas de pagamentos dos EUA, motivando a acusação de prática desleal.

Até o fechamento desta edição, o Banco Central ainda não havia se manifestado sobre os questionamentos. O espaço segue aberto para que a instituição apresente sua posição oficial sobre as possíveis consequências do processo de investigação norte-americano e sobre a defesa do Pix como ferramenta de democratização dos pagamentos no Brasil.

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