Polícia cumpre mandado de busca e apreensão na casa de médica investigada

Polícia cumpre mandado de busca e apreensão na casa de médica investigada

Manaus – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) cumpriu um mandado de busca e apreensão, nesta quinta-feira (18), na casa da médica Juliana Brasil Santos, investigada pela morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, após atendimento em um hospital de Manaus. Na ação, foram apreendidos o celular da profissional, documentos e um carimbo com referência à especialidade de pediatria, embora ela não possua o título oficialmente reconhecido.

Segundo a polícia, a médica é investigada por prescrever uma dose incorreta de adrenalina. A técnica de enfermagem Raiza Bentes também responde ao inquérito por ter aplicado o medicamento por via intravenosa. Nenhum mandado foi cumprido contra a técnica.

A investigação aponta que Juliana Brasil admitiu o erro em documento enviado à polícia e em mensagens trocadas com outro médico. A defesa sustenta que a confissão ocorreu no “calor do momento”.

A Justiça negou o pedido de prisão preventiva, mas determinou a suspensão cautelar do exercício profissional da médica e da técnica por 12 meses, atendendo a parecer do Ministério Público do Amazonas (MP-AM). Na decisão, o juiz Fábio Olintho de Souza afirmou que a manutenção da médica em atividade, especialmente no atendimento a crianças, representaria risco à saúde pública.

Além do inquérito por homicídio doloso por dolo eventual, Juliana Brasil pode responder por falsidade ideológica e uso de documento falso. Segundo o delegado Marcelo Martins, a médica utilizava carimbo e assinatura com referência à pediatria, prática vedada pelas normas do Conselho Federal de Medicina para profissionais sem título de especialista.

Benício deu entrada no hospital com tosse seca e suspeita de laringite. De acordo com o pai, Bruno Freitas, a prescrição previa três doses de adrenalina intravenosa, o que gerou questionamentos da família. Após a primeira aplicação, a criança apresentou piora súbita, foi levada à sala vermelha, transferida para a UTI e submetida à intubação, quando sofreu paradas cardíacas. Benício morreu às 2h55 de domingo.

“Queremos justiça e que nenhuma outra família passe por isso”, afirmou o pai.

Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que afastou a médica e a técnica de enfermagem envolvidas e instaurou investigação interna.

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