O vereador Abílio Júnior (Podemos), candidato à Prefeitura de Cuiabá, acusou a administração atual de lotear secretarias entre partidos políticos e afirmou que, se for eleito, pretende demitir aos menos 2.563 servidores contratados e comissionados.
Em entrevista à Rádio Vila Real, na última quinta-feira (1º), o parlamentar classificou os comissionados como “paus-mandados” e voltou a defender a redução da máquina pública.
Ele prometeu diminuir o número de secretarias em 40% e disse que sua gestão não terá lugar para o velho “jogo político” de alianças partidárias por indicações para cargos.
“Hoje, a Prefeitura de Cuiabá é assim. A Secretaria de Saúde estava com o MDB, até que o secretário [Luiz Possas] foi afastado, agora, por suspeita de superfaturamento de remédio da Covid. O PV cuida da Secretaria de Meio Ambiente; o PP é o que cuida da Secretaria de Obras; o PTB é o que cuida da Secretaria de Educação”, enumerou.
Abílio afirmou que o enxugamento da máquina pública só será possível quando a população eleger um candidato que não tenha grupos políticos.
“Assim foi aqui: quatro secretários afastados. O Huark [Douglas, secretário de Saúde] preso por corrupção; agora o secretário Pôssas afastado por suspeita de corrupção; o secretário de Educação [Alex Passos] afastado por corrupção; o procurador [Marcus Brito] também afastado por corrupção na Educação”, listou.
“Esse loteamento é ruim. Eu não tenho grupo político. Não tenho governador, não tenho prefeito, não tenho padrinho. Estamos entrando [na disputa] porque a população nos pediu para entrar”, afirmou.
Redução de servidores
Conforme o candidato, durante a elaboração do seu programa de governo, foram listados 2.563 servidores que estariam no cargo por indicação política e todos devem ser cortados e, em caso de necessidade de substituição, trocados por “pessoas qualificadas” e selecionadas por meio de concurso público.
“Pau-mandado vai rodar. 2.563 já vão rodar. Contratados, comissionados, todos os que estão naquela planilha que tem indicação política de um vereador, de um deputado, do prefeito, de um amigo do prefeito, do Emanuelzinho [deputado federal e filho do prefeito], vão rodar”, afirmou.
Questionado sobre o tempo que leva para a realização de um processo seletivo e, às vezes, a urgência de substituição que determinados cargos exigem, Abílio respondeu exaltando a quantidade de pessoas que já foram aprovadas em seleções anteriores e aguardam convocação por parte do Município.
“Tem processo seletivo com listas e listas de gente esperando ser chamada. Tem pra preencher mais do que 2.500 vagas. Os processos seletivos que a Prefeitura fez foi só pra arrecadar dinheiro, porque um monte de gente pagou para fazer a prova, ficou na lista de espera e a Prefeitura não chamou. E não chamou de novo agora, falando que é por causa do Covid, mas tá enchendo de contratação política o Hospital Municipal de Cuiabá”, acusou.
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