Manaus (AM) – A Polícia Federal (PF) identificou os principais envolvidos em um esquema de desvio de recursos públicos destinados à merenda escolar em Manaus. O contrato investigado, no valor de R$ 11.492.675,00, foi assinado em 2020 entre a Prefeitura de Manaus e a empresa A Chaves Coimbra – EEP, do empresário Augusto Chaves Coimbra, para o fornecimento de 244.525 kits de merenda escolar. No entanto, uma dispensa de licitação irregular resultou em um prejuízo estimado em R$ 2.897.621,25 aos cofres públicos, conforme auditorias do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
A investigação apontou que o esquema contou com a participação de ex-gestores e servidores da Secretaria Municipal de Educação (Semed), além de empresários e intermediários que manipularam o processo de contratação para beneficiar a empresa A Chaves Coimbra – EEP. A empresa, que não possuía histórico no fornecimento de gêneros alimentícios para o setor público em Manaus, foi escolhida de forma irregular, sem a devida análise das normas legais específicas.
Entre os investigados estão:
- Augusto Chaves Coimbra: Empresário e proprietário da A Chaves Coimbra – EEP, empresa contratada para o fornecimento dos kits de merenda escolar. A PF aponta que a empresa não tinha capacidade operacional para cumprir o contrato e que parte dos valores recebidos foi repassada a uma das empresas concorrentes, em um possível esquema de repasse ilícito.
- Leis da Silva Batista: Ex-diretor do Departamento de Suprimento e Logística da Semed, Leis é investigado por demandar a dispensa indevida de licitação em abril de 2020. Embora tenha justificado a medida com base na urgência da pandemia de COVID-19, as investigações revelaram falhas no planejamento das contratações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), configurando uma violação à Lei 8.666/1993 e à Resolução FNDE 2/2020.
- Kátia Helena Serafina Cruz Schweickardt: Ex-secretária municipal de Educação de Manaus, Kátia é investigada por não ter priorizado as contratações de gêneros alimentícios para a merenda escolar de maneira oportuna. Em 21 de maio de 2020, ratificou a dispensa de licitação de forma irregular, sem apresentar justificativa legal para tal medida, violando normas estabelecidas pela Lei 8.666/1993 e pela Resolução FNDE 2/2020, além de contrariar jurisprudência do TCU.
- Felipe Rodrigo Costa de Souza: Ex-servidor da Assessoria Técnica da Semed, Felipe é investigado por ter emitido um parecer jurídico questionado. Em 15 de maio de 2020, ele assinou o Parecer Jurídico 151.05.2020-ASSJUR/SEMED, que supostamente influenciou de maneira indevida o processo de contratação de merenda escolar, sem a devida análise das normas legais e regulamentares.
- André Luiz Monteiro Naice: Ex-assessor técnico I da Semed, André é investigado por concordar com o Parecer Jurídico 151.05.2020-ASSJUR/SEMED. Ele manifestou apoio ao parecer por meio de despacho, o que o incluiu nas investigações sobre as irregularidades no processo de contratação.
- Paulo José Almeida de Souza: Ex-servidor da Divisão de Compras e Locação da Semed, Paulo é acusado de realizar uma pesquisa de preços insuficiente. Ele não consultou fontes adicionais além das propostas das empresas convocadas e não avaliou os valores com os praticados por outras fornecedoras que já atendiam à Semed, comprometendo a transparência do processo.
- Ana Virginia Vieira Fanali: Ex-chefe da Divisão de Compras da Semed, Ana Virginia é investigada por acatar uma pesquisa de preços inadequada realizada por Paulo José Almeida de Souza. Ela não considerou outras fontes e deixou de convocar empresas que já forneciam alimentos à Semed, contribuindo para a irregularidade no processo.
O esquema criminoso causou prejuízos milionários aos cofres públicos, com o superfaturamento dos kits de merenda escolar e a contratação de uma empresa sem capacidade operacional. Além disso, a falta de transparência no processo de contratação comprometeu a qualidade da alimentação fornecida aos alunos da rede municipal de Manaus durante a pandemia de COVID-19.
Os investigados podem responder por crimes como fraude à licitação, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A Polícia Federal continua com diligências para aprofundar as investigações e responsabilizar todos os envolvidos no esquema. O MPF e o TCU acompanham o caso de perto, buscando a recuperação dos valores desviados e a aplicação das sanções cabíveis.
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