São Paulo aprende com erros, vence Palmeiras, encerra série invicta de rival e sai na frente na Copa do Brasil

O Palmeiras era o favorito. E depois da virada histórica, nos acréscimos, da última segunda-feira (20), não havia quem pudesse apostar o contrário, certo? Errado. Mostrando brio e, acima de tudo, capacidade de ‘lamber suas feridas’, como disseram seus jogadores, o São Paulo novamente teve amplo domínio do primeiro tempo, conseguiu marcar o gol que lhe deu a vitória por 1 a 0 e, mais importante, segurou o resultado na noite desta quinta-feira (23), no duelo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, no Morumbi.

Fim da invencibilidade de 19 jogos do Verdão, que apesar de ter os ‘reforços’ de Marcos Rocha e Zé Rafael, se mostrou incrivelmente mais apático, com um meio-campo preso na marcação tricolor e um ataque inoperante. O líder do Campeonato Brasileiro agora precisa de uma vitória mínima no duelo de volta, no Allianz Parque, para levar a decisão da classificação aos pênaltis.

Festa e alegria do lado tricolor, que mandou a campo a mesma equipe que começou o vexame de segunda, quebra uma sequência de sete jogos onde abre o placar no primeiro tempo e depois entrega ao adversário, dá o troco sobre o poderoso rival e ganha fôlego – e sossego – para tentar melhorar sua colocação no Brasileirão.

SENTIMENTOS MOVIDOS POR UM IDEAL

Se algum algum indício de trauma pela virada espetacular da última segunda-feira (20), ele começou a acabar já na escalação. Os expoentes tricolores se reuniram com Rogério Ceni e acabaram com um princípio de crise: pediram para jogar o clássico. E a escalação do São Paulo foi repetida.

E foi assim, meio engasgado com o Palmeiras, meio empurrados pela grande torcida que foi ao Morumbi, que o São Paulo começou dominando completamente o jogo

VAI PRA CIMA DELES TRICOLOR

As chances são-paulinas começaram a aparecer cedo. Aos 2′, Reinaldo avançou pela esquerda e cruzou na medida para Calleri, que desviou de cabeça e exigiu grande defesa de Weverton. No rebote, Igor Gomes mandou por cima do gol palmeirense.

Aos 7′, o lateral-direito foi de novo o expoente ofensivo. Partiu em jogada individual, passou por Piquerez e finalizou rasteiro. A bola ainda chegou a desviar em Murilo e sair rente à trave de Weverton.

VAMOS JOGAR PALMEIRAS

Era um Palmeiras apático, cujo meio-campo se mostrou presa fácil da marcação tricolor. O eixo Zé Rafael, Dudu e Gabriel Veron, apático, não produzia e as bolas não chegavam como deviam para Rony no ataque.

Melhor para o São Paulo, que aproveitava o início fulminante para cravar mais chances no jogo. Aos 11′ Calleri cabeceou cobrança de lateral de Reinaldo e novamente Weverton teve que se esticar para desviar.

É GOL, QUE FELICIDADE…

Aos 15′ (sim, você não está lendo errado), o São Paulo chegava pela quinta vez com perigo no ataque. Em ótima tabela, Nestor e Patrick encontraram, advinha, Igor Vinícius, que mais uma finalizou cruzado e exigiu o corte da defesa.

Depois desse verdadeiro bombardeio, o Palmeiras até conseguiu equilibrar as coisas em suas laterais e barrar o avanço tricolor. Mas a história é conhecida. Quem vinha desenhando o gol constantemente sabe melhor o caminho para chegar até ele na comparação com quem parecia não ter entrado em campo.

E o Morumbi explodiu aos 30′. Patrick, sempre ele, recebeu passe na entrada da área, entrou cortando a marcação e finalizou na saída de Weverton para abrir o placar.

VERDÃO ‘BLAZÊ’ PARA, REPENSA, MAS NÃO PRODUZ

Logo após o gol, o Pantera Negra tricolor encontrou tempo para invadir outra vez a área e finalizar de novo, desta vez para a defesa de Weverton.

Mas era um sinal mais do que claro que as coisas precisavam mudar no Palmeiras. Já eram seis finalizações são-paulinas contra apenas uma do time líder do Brasileirão, que diferente de segunda teve até reforços para o jogo desta noite.

Até houve uma tentativa, de recuar mais os alas Dudu e Veron para buscar o jogo no meio-campo. Mas o máximo alcançado pelo Verdão foi uma jogada ensaiada em cobrança de falta aos 40′, com Scarpa dando o passe para Gustavo Gómez desviar pela linha de fundo. Pouco, muito pouco para um Palmeiras surpreendentemente dominado. Ficava a esperança do segundo tempo.

TABULEIRO ARMADO PARA SEGUNDO TEMPO E VERDÃO UM POUCO MAIS ORGANIZADO

Os times voltaram do intervalo sem alterações e o tabuleiro foi armado para o jogo de xadrez do segundo tempo. O objetivo alviverde era repetir o que ocorreu na segunda. O Tricolor, o contrário.

De qualquer forma, com as peças à mesa, o cenário foi se desenhando idêntico ao do último jogo. Isso é, a bronca no vestiário do Palmeiras deve ter surtido o efeito necessário.

João Martins – assim como segunda – inverteu Dudu e Veron de lado e o Palmeiras passou a ganhar mais terreno. Isso fez com que chances acontecessem. Danilo e Zé Rafael arriscaram de longe, por cima do gol. Mas foi aos 11′ com Rony furando um cruzamento na medida de Marcos Rocha, que o Verdão arrancou suspiros de sua torcida.

TRICOLOR APOSTA NA GUERRA PSICOLÓGICA

Se a marcação eficiente do primeiro tempo dava sinais de desgaste – como segunda -, o Tricolor foi para o tudo ou nada. No psicológico. Até um gandula foi expulso por retardar o início de jogo.

Aos 14′, Gómez caiu na pilha tricolor, fez falta pesada em Calleri e deu início a um princípio de tumulto na linha de fundo.

TOMA LÁ DE CÁ NA RETA FINAL

Se na segunda o São Paulo apostou na retranca como forma de tentar se preparar para o bote alviverde, hoje as coisas não se repetiram. Desta vez, para cada chance criada pelo rival, a resposta vinha na sequência.

Aos 23′, após rápida cobrança de falta, Gustavo Scarpa arrancou para o meio e chutou por cima do gol de Jandrei.

Aos 29′, Léo subiu à área e desviou cobrança de escanteio rente à trave de Weverton. Logo na sequência, Igor Vinícius, um dos destaques do dia, fez boa jogada pela direita, deixou Piquerez no chão e cruzou na medida para Nestor, que chutou pior cima do travessão.

O tempo foi passando, mas o São Paulo mostrou ter aprendido com os erros de segunda. Neutralizou todos os espaços alviverdes e conseguiu ter um final de jogo escancaradamente mais tranquilo que no último Choque-Rei. Preocupação, mesmo, só com Arboleda, que deixou o campo com uma contusão aparentemente grave.

FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 0 PALMEIRAS

Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data/Horário: 23/06/2022, às 20h
Árbitro: Raphael Claus
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis e Rodrigo Figueiredo Henrique Correa.
VAR: Wagner Reway
Público e renda: 38.201 pagantes/ R$ 2.004.965,00

Cartões amarelos: Murilo, Marcos Rocha e Gustavo Gómez (Palmeiras); Reinaldo e Gabriel Neves (São Paulo)
Cartões vermelhos:

GOLS
Patrick aos 30min do 1ºT (1-0)

SÃO PAULO
Jandrei; Diego Costa, Arboleda (Miranda 37/2) e Léo; Igor Vinícius, Gabriel Neves (Andre Anderson 51/2), Rodrigo Nestor, Igor Gomes, Patrick (Pablo Maia 37/2) e Reinaldo (Welington 41/2); Calleri
Técnico: Rogério Ceni

PALMEIRAS
Weverton; Marcos Rocha (Mayke 36/2), Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo (Gabriel Menino 21/2), Zé Rafael e Gustavo Scarpa; Dudu (Wesley 30/2), Gabriel Veron (Rafael Navarro 21/2) e Rony (Breno Lopes 30/2)
Técnico: João Martins (interino)

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