Cesta básica sobe em Manaus e população sentem no bolso

Cesta básica sobe em Manaus e população sentem no bolso

Manaus (AM) – O preço da cesta básica em Manaus voltou a subir e tem pressionado o orçamento das famílias. Segundo levantamento realizado pelo Procon Manaus, nos dias 1º e 2 de julho, o valor médio da cesta passou de R$ 273,05 para R$ 277,02, um aumento de 1,46% em relação ao mês anterior.

A pesquisa foi feita em supermercados da capital e identificou que os preços podem variar significativamente entre estabelecimentos. Enquanto o supermercado Nova Era ofereceu a cesta mais barata, a R$ 263,62, o supermercado Veneza registrou o maior valor: R$ 302,66.

Entre os itens com maiores variações de preço estão:

  • Leite em pó: variação de 37,27%, com preços entre R$ 14,49 e R$ 19,89;

  • Mamão: aumento de 100%, passando de R$ 3,99 para R$ 7,99;

  • Cartela de ovos: subiu 20%, com valores entre R$ 19,99 e R$ 23,99;

  • Macarrão: surpreendentemente, teve queda de 50,17%, caindo de R$ 2,99 para R$ 1,49.

A reportagem do Portal AM1 ouviu consumidores de perfis diferentes para entender como os aumentos têm afetado suas rotinas.

“O preço de tudo aumentou”

Para a jornalista Andrezza Lira, o impacto é sentido de forma generalizada. Ela afirma que basicamente tudo está caro, mas que os itens que mais encareceram foram a carne, o café, a farinha e o arroz. Segundo ela, se fosse listar tudo, “não cabe num papel”.

“Basicamente tudo está caro, mas os itens que ficaram mais caros foram a carne, o café, a farinha e o arroz. Se formos listar, não cabe num papel”, destaca Andrezza.

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Diante da alta nos preços, Andrezza adotou estratégias para driblar os gastos. Conta que tem ido ao mercado em dias fora do período de pagamento, pois percebe que os preços caem. Também passou a comprar menos itens por mês e, às vezes, opta por compras semanais para manter o controle.

Já a dona de casa, Ruth Noemi Salazar, destaca que os alimentos essenciais subiram muito.

“Arroz, carne, frango, óleo, açúcar, feijão, macarrão… até os produtos de limpeza aumentaram. Toda a cesta básica está com valor muito alto.”

Apesar das dificuldades, ela não encontrou outra alternativa a não ser trabalhar mais.

“Não dá pra reduzir muito. Só pensamos em trabalhar para compensar os custos. O que mais podemos fazer?”

Pequeno comércio sente impacto direto

A autônoma Nazaré Souza, proprietária lanche, afirma que os aumentos têm afetado diretamente o lucro do negócio.

“Os preços de itens como óleo, café, açúcar e arroz subiram bastante. E no comércio não dá pra repassar isso pro cliente toda hora. O jeito é baixar o lucro ou até cortar funcionária”

Ela ressalta que os preços estão longe de serem justos.

“Estão super abusivos! E o pior é que não substituí nenhum produto até agora, sigo comprando os mesmos itens mesmo mais caros”, alega Nazaré.

Estratégia e adaptação para manter a alimentação

O diretor de imagem Gabriel Alves também relata os impactos da alta da cesta básica.

“O café foi o produto que mais senti no bolso. Subiu tanto que passou a representar até 50% a mais do que eu costumava gastar mensalmente. A carne também aumentou, mas consigo alternar com frango ou peixe, dependendo da semana”, comenta.

Para ele, o planejamento é essencial:

“Costumo fazer a compra do mês sempre na terceira semana, pois as demandas são menores e temos mais tempo pra escolher os produtos sem se preocupar com a quantidade de pessoas na fila do caixa”, afirma Gabriel.

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(Foto: Arquivo pessoal de Gabriel Alves)

Ele conclui dizendo que deixou de fazer refeições na rua, passou a cozinhar em casa e a buscar outras opções de produtos para manter uma alimentação saudável sem abdicar do conforto. Dessa forma, o gasto fica um pouco mais leve no bolso, além de sobrar mais tempo para a família, já que preparar as refeições gera momentos de qualidade juntos.

Economizar virou necessidade

Com a inflação dos alimentos pressionando os orçamentos, os consumidores manauaras têm se adaptado como podem. Seja reduzindo itens da lista, mudando o dia das compras, cozinhando mais em casa ou até cortando outros gastos, a meta é uma só: conseguir colocar comida na mesa sem comprometer o restante do orçamento familiar.

A pesquisa do Procon Manaus continua sendo uma ferramenta valiosa para quem quer economizar. A orientação é sempre comparar os preços, planejar as compras e aproveitar as promoções, uma necessidade que tem se tornado rotina em tempos de orçamento apertado.

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