China domina importações de celulares no Brasil, com 58% dos aparelhos fabricados

China domina importações de celulares no Brasil, com 58% dos aparelhos fabricados

Mundo – Nos últimos 12 meses até março de 2025, o Brasil importou US$ 4,49 bilhões em celulares, um valor estável em relação aos anos anteriores, segundo dados do Comexstat, do governo federal. A China se consolidou como principal fornecedora, respondendo por 58% do total importado, ou cerca de US$ 2,6 bilhões. Vietnã (18%), Estados Unidos (9%), Taiwan (3%) e Tailândia (2%) completam a lista dos maiores fornecedores.

A dependência brasileira do mercado chinês reflete a supremacia global da China no setor. Em 2023, conforme o Comtrade, banco de dados da ONU, as exportações mundiais de celulares atingiram US$ 589,9 bilhões, com a China respondendo por 46% do total. Apesar de uma leve queda em relação ao pico de 56% em 2015, o país asiático mantém a liderança, exportando US$ 214,77 bilhões em 2024, segundo a Alfândega Chinesa, apesar de uma retração de 2% ante 2023. No primeiro trimestre de 2025, as exportações chinesas de celulares cresceram 6%, totalizando US$ 48,7 bilhões, com os EUA como principal destino, absorvendo US$ 9,8 bilhões (20% do total).

Globalmente, o mercado de importações de celulares movimentou US$ 618,8 bilhões em 2023. Os Estados Unidos lideram como maior comprador, com US$ 118,4 bilhões (19% do total), seguidos pela China (incluindo Hong Kong), que importou US$ 79,5 bilhões. A China continental, isoladamente, respondeu por apenas 3% das importações globais, sugerindo que parte do volume de Hong Kong é destinada à reexportação.

Enquanto isso, o Vietnã emerges como o segundo maior exportador mundial, com US$ 52 bilhões em 2023, ganhando espaço junto a países como Emirados Árabes e Países Baixos, que reduziram a dominância chinesa. Os EUA, que já tiveram 16% das exportações globais em 2005, hoje representam 6,3%, embora o valor exportado tenha crescido de US$ 10,3 bilhões para US$ 37 bilhões em 2023, acompanhando a expansão do mercado.

No Brasil, a forte presença chinesa no mercado de celulares reflete não apenas preços competitivos, mas também a capacidade de produção em escala do gigante asiático. Contudo, a concentração em um único fornecedor levanta debates sobre diversificação de fontes e impactos na balança comercial. À medida que o mercado global de celulares continua a crescer, a China segue como protagonista, mas enfrenta concorrência crescente de novos players.

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