Crime organizado avança: vias expressas do Rio são cercadas por barricadas

Os avanços territoriais de quadrilhas se aproximam cada vez mais das vias expressas da Região Metropolitana do Rio, cercadas em longos trechos por comunidades protegidas por barreiras montadas por criminosos. Avenida Brasil, Linha Amarela, Linha Vermelha e o trecho Niterói-Manilha da BR-101 se tornaram corredores com poucas (e perigosas) saídas. Um levantamento feito pelo EXTRA mapeou 37 barricadas fixas.
Os bloqueios afrontam população e autoridades. Na Linha Vermelha, um velho sofá foi concretado num dos acessos à Favela do Lixão, em Duque de Caxias. Atrás da inusitada barreira, bandidos exibiam armas, na última quarta-feira. Na Avenida Brasil, na altura da estação do BRT Vigário Geral, uma pequena mureta com grade fecha a Rua Japuanga, que leva ao Morro do Quitungo, dominado pelo Comando Vermelho. Moradores e funcionários de uma empresa da região denunciam que o fechamento foi a mando do tráfico de drogas. Procurada, a Prefeitura do Rio informou que não houve autorização para a construção e prometeu apurar o caso.
A facção rival Terceiro Comando Puro (TCP), que controla o Complexo de Israel (formado por Parada de Lucas, Vigário Geral, Cinco Bocas, Pica-Pau e Cidade Alta), tem feito fossos para impedir a passagem de veículos. E, quando não existem bloqueios nas ruas, há bandidos armados, como constatou a paulista Carla Menezes, de 29 anos, que mora na cidade há pouco mais de cinco meses. Saindo do trabalho pela Avenida Brasil, ela seguiu instruções do GPS de seu carro e dobrou na Rua Lyrio Maurício da Fonseca.
“O desespero bateu na hora. Respirei fundo e tentei agir naturalmente, como se soubesse para onde estava indo. Quando achei uma brecha, fiz a volta e saí dali o mais rápido que pude”, lembra Carla.
Motoristas também podem se deparar com portões e cancelas, sem falar dos bloqueios mais corriqueiros: pilhas de lixo, móveis velhos e pneus. A Polícia Militar informou que, em 2024, removeu 7.701 toneladas de barricadas e obstáculos. E, só este ano, já foram 732,7 toneladas.
PM investe em equipamentos
Em 2022, o governo e a Polícia Militar traçaram estratégias para enfrentar o crescente problema das barricadas do tráfico. Equipamentos pesados foram adquiridos para a remoção dos obstáculos, como retroescavadeiras e caminhões planchas e basculantes, que totalizaram um investimento de R$ 11 milhões. Teve início, então, um trabalho de desobstrução de vias que segue até hoje.

“Essas barricadas começaram a surgir em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e se espalharam pela cidade. Hoje, também as encontramos em São Gonçalo e na Baixada Fluminense. Com os bloqueios, os criminosos passaram a expandir territórios para exploração de serviços ilegais. Eles sabem que, com as barreiras, funcionários de empresas não vão chegar às suas áreas para cobrar luz ou cortar água. Quando realizamos uma operação e estabilizamos uma área, retiramos os obstáculos. É uma complexidade muito grande, mas a gente tem equipamentos para lidar com isso”, afirmou o porta-voz da Polícia Militar, major Maicon Pereira.
Motoristas também podem se deparar com portões e cancelas, sem falar dos bloqueios mais corriqueiros: pilhas de lixo, móveis velhos e pneus. A Polícia Militar informou que, em 2024, removeu 7.701 toneladas de barricadas e obstáculos. E, só este ano, já foram 732,7 toneladas.
PM investe em equipamentos
Em 2022, o governo e a Polícia Militar traçaram estratégias para enfrentar o crescente problema das barricadas do tráfico. Equipamentos pesados foram adquiridos para a remoção dos obstáculos, como retroescavadeiras e caminhões planchas e basculantes, que totalizaram um investimento de R$ 11 milhões. Teve início, então, um trabalho de desobstrução de vias que segue até hoje.
— Essas barricadas começaram a surgir em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, e se espalharam pela cidade. Hoje, também as encontramos em São Gonçalo e na Baixada Fluminense. Com os bloqueios, os criminosos passaram a expandir territórios para exploração de serviços ilegais. Eles sabem que, com as barreiras, funcionários de empresas não vão chegar às suas áreas para cobrar luz ou cortar água. Quando realizamos uma operação e estabilizamos uma área, retiramos os obstáculos. É uma complexidade muito grande, mas a gente tem equipamentos para lidar com isso — afirmou o porta-voz da Polícia Militar, major Maicon Pereira.
— Se não houver uma estratégia bem estruturada, continuaremos vendo, todos os dias, a polícia desmontando barricadas sem impedir sua reconstrução. Há estruturas de alvenaria que demandam mais tempo e recursos dos criminosos. Essas precisam ser alvos de uma atuação preventiva mais sistemática, seja com patrulhamento contínuo ou com vigilância tecnológica, com drones, por exemplo — diz Rodrigues.
Para o major Maicon Pereira, a questão não exige soluções apenas da PM. Ele ressalta que falta uma punição específica, o que, de acordo com o porta-voz, também incentiva a expansão do controle territorial do tráfico. Atualmente, a legislação penal brasileira não prevê a criminalização da instalação de barricadas pelo tráfico. Isso, na opinião de Pereira, cria um vácuo jurídico na repressão a essa prática:
“A pessoa vai ser enquadrada em quê? É preciso uma evolução da legislação nesse sentido. A punição para a colocação de barricadas não está prevista na Lei”.


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