Governo do AM quer gastar mais de R$ 7 milhões com reforma de Bumbódromo em Parintins após o Festival

Governo do AM quer gastar mais de R$ 7 milhões com reforma de Bumbódromo em Parintins após o Festival

Amazonas – O anúncio de um novo Bumbódromo para Parintins, feito com pompa durante o 58º Festival Folclórico, soa como mais uma promessa eleitoreira que, sob o verniz do progresso, esconde prioridades questionáveis e pouca conexão com as reais necessidades da população. Assinado por representantes do Governo do Amazonas, da Prefeitura de Parintins e do Ministério do Turismo, o projeto de ampliação do Bumbódromo, orçado inicialmente em R$ 7,6 milhões apenas para o projeto executivo, levanta sérias questões sobre o uso do dinheiro público e a transparência na gestão de um evento que, embora culturalmente rico, não pode ser pretexto para gastos desmedidos.

A empresa vencedora da licitação realizada em abril será responsável por desenvolver o projeto executivo, com custo previsto de R$ 7,6 milhões — valor que, em outros contextos, poderia ser investido em unidades de pronto atendimento sucateadas ou em reforço às forças de segurança.

O projeto, que será desenvolvido em uma área de mais de 40 mil metros quadrados, utilizará tecnologia de ponta como a Modelagem da Informação da Construção (BIM), ferramenta que garante precisão no planejamento. Além disso, o trabalho deverá seguir critérios estabelecidos pela Lei Estadual nº 4.730/2018, que impõe parâmetros de integridade e sustentabilidade.

Embora o Festival Folclórico de Parintins tenha, de fato, ganhado projeção nacional e internacional, levantam-se questionamentos sobre a urgência dessa obra diante do caos em áreas essenciais. A licitação da execução das obras está prevista apenas para 2026, mas o governo já antecipou durante cerimônia a revelação dos novos troféus a serem entregues nesta edição — um gesto simbólico que evidencia onde está o foco atual da gestão.

É inegável o valor cultural do festival, mas quando hospitais estão superlotados e a população vive com medo da violência urbana, investir milhões em um projeto de entretenimento soa, no mínimo, como um descompasso com a realidade da maioria dos amazonenses.

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