O presidente da Argentina, Javier Milei, expressou críticas ao Senado por ter rejeitado, na noite de quinta-feira, 14, o seu Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), mas ressaltou que o texto ainda permanece válido. Para que deixe de vigorar, a Câmara dos Deputados também precisaria rejeitá-lo. Durante uma entrevista à rádio La Red, Milei afirmou que a derrota no Senado era esperada, porém criticou os legisladores, alegando que eles representam um “padrão de obstrução” ao seu governo.
De acordo com Milei, certos pontos de sua plataforma são inegociáveis, como a busca por um déficit fiscal zero. Questionado sobre a derrota no Senado, ele comentou que “essas são as regras do sistema democrático” e é natural que haja certa “morosidade” nesses processos. Ao mesmo tempo, o presidente afirmou que a votação deixou claro “quem são aqueles que estão contra o povo argentino”. Ainda não há uma data definida para a votação do tema pela Câmara.
Milei também mencionou que estão em andamento negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um possível novo acordo. O presidente confirmou que isso poderia incluir a obtenção de novos recursos para o país. Milei mencionou a possibilidade de receber dinheiro de outras fontes, como outras nações, para auxiliar na estabilização da economia argentina. Ele reiterou que, se conseguir obter US$ 15 bilhões, seria possível eliminar os controles cambiais no país.
Em relação à inflação, Milei declarou que março é um “mês extremamente desafiador” em termos de trajetória dos preços, com reajustes previstos em diversas áreas. Ao mesmo tempo, ele afirmou que o país está “cada vez mais próximo” de alcançar uma inflação de apenas um dígito na leitura mensal.