França quer terminar VLT para não ‘jogar R$ 1 bi no lixo’
Candidato a prefeito de Cuiabá, o comunicador Roberto França (Patriota) defende a conclusão do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) para não “jogar R$ 1 bilhão na lata do lixo”. A obra, incluída entre os projetos da Copa do Mundo em Cuiabá, está parada desde 2014, foi judicializada, alvo de investigações e até denúncias de corrução, que acabaram sendo confirmadas pela delação premiada do ex-governador Silval Barbosa (sem partido).
“Eu quando fui prefeito tive a oportunidade de ir ao Rio de Janeiro me reunir com um grupo chinês. Naquela oportunidade eu já pensava em termos o VLT, depois veio a Copa e entrou com o projeto que hoje está paralisado”, explicou.
A obra do VLT se tornou uma verdadeira novela com inúmeros capítulos e que não vislumbra desfecho. Além do valor empenhado pela obra inacabada, os vagões e trilhos se deterioram com o passar do tempo sem nunca terem sido usados.
“Continuo defendendo que nós devemos concluir o VLT, afinal já se gastou R$ 1 bilhão e não podemos jogar esse R$ 1 bilhão na lata do lixo. Eu defendo a continuidade e a conclusão das obras”, frisou o candidato.
Roberto França foi prefeito de Cuiabá por duas gestões seguidas, entre 1997 e 2005. Foi criador do passe livre para estudantes e terminou deixou a o Alencastro com rejeitado pelos servidores, por conta de salários atrasados.
Ao assumir o governo do Estado, Mauro Mendes (DEM) afirmou que em um ano resolveria a situação do modal, mas até agora não houve resposta. Um estudo foi realizado pela Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana foi concluído em agosto e encaminhado ao gestor, que decidirá se continua ou não o transporte. Apesar de ser dele a última palavra, os prefeitos de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), e de Várzea Grande, Lucimar Campos (DEM) também darão seus pareceres sobre a continuidade da obra.
O transporte já recebeu R$ 1,070 bilhão do total do orçamento de R$ 1,477 bilhão para a conclusão. O parecer nacional aponta que será necessário pelo menos mais R$ 800 milhões para que ele seja entregue à população. Sobre o tema, Roberto França disse que o modal já era sua vontade enquanto estava no Executivo municipal, mas não houve tempo hábil para tirá-lo do papel.
VLT
Projetado para ser um BRT, ônibus integrado com a frota comum, a linha percorre Cuiabá e Várzea Grande. As linhas seguem para o Coxipó e CPA. Após discussão, foi mudado o projeto para ao VLT com a justificativa de ser mais viável e ecológico, mas o então governador, Silval Barbosa (sem partido) entregou, em delação, que a mudança visou atender interesses políticos e pagamento de propina.
As fraudes são investigadas na Operação Descarrilho, realizada pela Polícia Federal. Entre as fraudes delatadas por Silval Barbosa e seu ex-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf, está o pagamento de propina de R$ 18 milhões, cobrado pelo então governador de cada empresa membro do Consórcio VLT, além de 3% sobre o montante contratado, o que seria pago mediante medições realizadas no decorrer das obras.
Após a operação, o contrato com a o Consórcio VLT foi rompido, ainda na gestão Pedro Taques, e um novo edital para contratação de empresa responsável pela obra não foi lançado.
Fonte: Gazeta Digital